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Certificado Halal, um mercado com milhões de oportunidades

Certificado Halal, um mercado com milhões de oportunidades

Diversos estudos apontam para uma consolidada curva de crescimento do setor em uma ampla gama de segmentos, dos alimentos, passando pelas bebidas até o turismo

A crescente que rege os dados relacionados ao mercado Halal é algo espantoso que movimenta US$ 2,5 trilhões por ano. Uma série de pesquisas ao redor do mundo revelam o quão promissor é o mercado, sejam elas estimativas factuais, de médio ou de longo prazo.

Isso ocorre por dois fatores, o primeiro está relacionado à taxa de natalidade e o segundo ao crescimento da religião ao redor do mundo. A Pew Research Center (Estados Unidos), em sua mais recente pesquisa divulgada em maio deste ano apontou a presença de 2,3 bilhões de cristãos no mundo e 1,8 bilhão de mulçumanos. Contudo, esta diferença que hoje é acentuada poderá reduzir até 2060 quando o mundo contará com 3 bilhões de cristãos e 3 bi de mulçumanos, revela o estudo. A pesquisa reflete que há uma maior quantidade de jovens e filhos nas populações mulçumanas, em média. Países da África, por exemplo, região com acentuada presença do islamismo, cada mulher tem de 4 a 6 filhos, acelerando o crescimento da população vigente e apontado como uma das explicações para este crescimento.

De acordo com o CEO da Siil Halal, certificadora Halal do Brasil sediada em Chapecó (SC), Chaiboun Darwiche, os dados de longo prazo apresentados no estudo abrem janelas de oportunidades para o empresariado brasileiro interessado em manter relação comercial com estes países. Contudo, salienta o empresário, “para que haja o acesso a comunidade islâmica os segmentos industriais interessados devem respeitar princípios e normas a fim de assegurar aos consumidores higiene, rastreabilidade e conformidade às leis islâmicas vigentes por meio da certificação Halal. Documento fiel de garantia emitido por uma instituição certificadora Halal reconhecida por países islâmicos, para atestar que as empresas, processos e produtos seguem os requisitos legais e critérios determinados pela jurisprudência islâmica (Sharia)”, informa Chaiboun Darwiche.

O Brasil, por exemplo, é um país na ponta entre os exportadores de produtos com certificação Halal. Em 2017 o país movimentou próximo de US$ 4,5 bilhões em carnes Halal e há expectativa de um acréscimo de 10% em 2018. “Atualmente o Brasil é o maior exportador de carnes Halal do mundo. Um bom exemplo é o parque agroindustrial ligado à produção de proteína animal com 80% das plantas frigoríficas aptas para comercializar carne bovina e de frango para países que requerem a exigência”, salienta Chaiboun.

Do total da movimentação mundial que inclui alimentos, produtos farmacêuticos, cuidados pessoais, cosméticos, vestuário, bancos/finanças, logística, armazenamento e distribuição a soma é de US$ 2,5 tri/ano. “Somente a alimentação representa US$ 1,24 trilhão anuais. Com previsão de chegar a US$ 1,93 trilhão em 2022”, prospecta Chaiboun. Números, avalia o empresário, que sustentam a busca pela certificação Halal.

Na avaliação de Chaiboun, o turismo Halal é um bom exemplo para estas constatações de crescimento do mercado e das exigências necessárias. Mercado que, de acordo com ele, prevê gerar US$ 233 bi até 2020, indica o empresário.

Ele lembra que no mundo há 130 destinos para o turismo, sendo 48 de origem islâmicas e 82 não-islâmicas. Entre os países não-islâmicos os dez primeiros, de acordo com o anuário da Crescent Rating, estão: Singapura, Tailândia, Reino Unido, Japão, Taiwan, Hong Kong, África do Sul, Alemanha, França e Austrália. Ainda, de acordo com o estudo, em 2018 a Ásia liderará o ranking de viagens Halal, mas há uma série de países interessados por esta fatia de mercado tais como: Cingapura, Tailândia, Japão e Coreia.

“O Japão é um excelente exemplo”, discorre Chaiboun. País não-islâmico que desponta em investimentos por considerarem uma excelente opção de negócios e por conta dos eventos esportivos que ocorrerão nos anos sequentes.

“Com uma população islâmica residente estimada entre 100 a 200 mil, o Japão se tornou um país que adequou sua estrutura para não apenas atender seus domiciliados, mas também receber visitantes islâmicos. Em 2004 o número de turistas mulçumanos no país era de 150 mil, passando para 700 mil em 2016 e como previsão para 1,4 milhão de pessoas até 2020”, destaca o CEO da Siil Halal com base em dados da Crescent Rating.

Ele lembra que as empresas japonesas estão cada vez mais conscientes do potencial global do mercado e estilo de vida dessas populações e por isso “desenvolve programas de aprendizagem visando a educação sobre as necessidades dos consumidores da comunidade islâmica”, comenta Chaiboun.

Basta olhar para a rede de restaurantes japoneses. Atualmente, 800 delas se autopromovem “amigos dos mulçumanos”, no entanto, apenas 150 contam com certificação Halal.

Em suma, na avaliação de Chaiboun, “o empresariado brasileiro tem na certificação Halal uma grande oportunidade para acessar um mercado de milhões de oportunidades”.

Fonte: Assessoria de Imprensa

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